sexta-feira, 13 de março de 2009

Minha teoria machista sobre o quanto a mulher é superior.

Já haviam me dito que Nietzsche não é Nietzsche sempre. Quer dizer, que cada um de seus livros é diferente, que suas idéias são meio irregulares, que cada leitura é uma leitura e portanto a gente dificilmente conhece o Nietzsche, Nietzsche de verdade.

Tá. Dito isso, eu confesso que Além do Bem e do Mal tá sendo uma leitura difícil. Lenta, densa, com raciocínios absurdos. E que eu estou levando-a com a barriga, louca de vontade de acabar o livro logo pra começar algo mais agradável.

Ainda assim, hoje me deparei com o capítulo Nossas Virtudes, que me surpreendeu com deliciosos ensaios enfurecidos sobre as mulheres. Ele odiava as mulheres. não sei se por ter tido seu coração partido, por não lidar com relacionamentos, ou simplesmente porque é meio 'de lei' um filósofo odiar as mulheres. O fato é que seus argumentos infantis e unilaterais me fizeram confirmar que realmente tenho uma visão machistinha do mundo, e uma teoria mais machistinha ainda. ou não. Sei lá!

Primeiro, sobre o porquê da posicão inferior da mulher em relação ao homem. Fritz (não por intimidade, mas sim porque não dá pra escrever Nietzsche toda hora) diz que a mulher tem muitos motivos para ter pudor: "..há tanta coisa pedante, superficial, sabichã, mesquinhamente arrogante, mesquinhamente irrefreada e imodesta escondida na mulher, que até o momento, e no fundo, só o temor ao homem reprimiu e conteve da melhor maneira."
Sem hipocrisia, eu concordo! Concordo que a mulher seja tudo isso aí. E não acho tudo isso ruim, acho isso tudo natural. Logo, mulheres tem suas indiscrições barradas pelo temor ao homem, ao mesmo tempo que tem sua fragilidade protegida pelo mesmo.
Pra mim, faz parte da natureza humana. não vejo mal nenhum. Aliás, até acho bom; vejo aí a chave para o perfeito equilíbrio na relação nossa com os homens.

Depois, Fritz parte para sua indignação em ver a mulher querendo fazer coisas 'de homem'. Mas não no sentido de que não podemos fazer as mesmas coisas, e sim no sentido de que a mulher precisa preservar o que tem de feminino; Sua tendência à superficialidade, o gosto por se enfeitar, sua distância da verdade e do real...resumindo, todas essas coisas que soam ruim são parte de sua complexidade.
Ele ainda termina dizendo que os homens amam e respeitam as mulheres por essa complexidade, que casa perfeitamente com a seriedade simples masculina.
Portanto, para Nietzsche, a tentativa de igualdade de sexos nada mais é que a mulher, desprezando ela mesma.

Nisso ainda vem uma idéia brilhante sobre revoluções, e preconceito e igualdade. Fritz argumenta que a luta da mulher por igualdade para com os homens é feia e ineficiente. Pra que a luta seja válida, é preciso que os homens lutem! Igualdade não pode vir de uma luta unilateral, de uma batalha entre dois pontos de vista. Pra que uma sociedade seja igual, a sociedade precisa pensar igual. Todos precisam concordar que mulheres e homens são iguais, e portanto os homens, mais do que as mulheres inclusive, é que vão lutar por isso.
Se as mulheres lutam sozinhas, precisam abrir mão do que as fazem únicas, diferentes, femininas e portanto à medida que seus direitos e exigências aumentam, diminui sua influência na sociedade.
Achei a idéia brilhante porque acredito que os homens lutariam pelas mulheres, sim! E porque a idéia se aplica a todas as batalhas entre classes e raças diferentes na sociedade.
Usaria como exemplo o negro aqui nos Estados Unidos; aqui, os negros tem muito mais direitos e condições que no Brasil. Só que o preconceito continua, e é ainda maior. De repente isso acontece porque a luta veio dos negros somente. E não dos brancos.
Acho que nós, seres humanos, no fundo no fundo entendemos que embora não iguais, somos irmãos. E Acho mesmo que estaríamos dispostos a lutar uns pelos outros. Só que acho que essa luta bonita aí, só acontece a longo prazo. E as conquistas do negros, mulheres...estão acontecendo a curto prazo, por isso ainda existe muito a ser aprimorado.
Óbvio que vejo tudo isso como filosofia, e filosofia nunca(!) funciona na prática. Enfim...

Minha teoria machista sobre a mulher ser superior é a seguinte: A mulher, antes numa posição muito inferior, tende a usar o machismo em seu favor. Somos superficiais, manipuladoras e muito mais distante da verdade que os homens. Também somos mais espertas,complexas, influentes e sabemos manipular. Por isso, até que rapidamente, vamos conquistando nosso espaço, e se bobear mais do que nosso espaço. Não dou muito tempo pra estarmos dominando o mundo, literalmente!
O problema é que quando dominarmos o mundo nosso feitiço se virará contra nós. Nossa influência sobre os homens(como Fritz mesmo disse) será muito menor, iremos nos perder em nossa falta de verdade, e a simplicidade séria do homem vai ser suficiente pra que eles nos dominem e voltem ao topo de novo.
E assim por diante, homem domina, depois a mulher domina, depois homem, depois mulher de novo...ups and downs. Assim como na Economia. Homens e mulheres sempre em busca de um equilíbrio de poder. Mas não existe igualdade, portanto o equilíbrio nunca chega. Como em tudo na vida...



Enquanto falando sobre quão ruim as mulheres são, Fritz disse que todos seus defeitos podem ser enxergados na relação da mulher com as crianças. E entrou num papo sobre mãe e filhos. ele viajou! e foi prum lado que nada tinha a ver com o assunto. Mas dessa viagem meio inutil, li uma das frases mais lindas do mundo: "Meu amigo, não se permita senão loucuras que lhe dêem grande prazer"- a frase mais maternal e mais inteligente que já foi dirigida a um filho.
Me fez arrepiar! E decidi que essa é a lição mais valiosa que uma mãe pode ensinar a um filho; é amor incondicional, é príncipio, é Carpe Diem!
Acho que minha mãe me ensinou isso. E eu prometo!Prometo que, custe o que custar, ensinarei isso aos meus filhos.


*****

Do resto, New York continua o máximo. Meu backhand continua atrasado. E Hysteric do Yeah Yeah Yeahs anda dominando minha mente!

"Flow sweetly, hang heavy
You suddenly complete me!"