quinta-feira, 1 de abril de 2010

Belle ou Sebastian

Sempre achei que eu era a Belle da música Belle and Sebastian, do Belle and Sebastian do álbum Belle and.... (BRINCADEIRA! É do Single lançado no Push Barman)... mas enfim, hoje talvez a ficha tenha caído. Acho que sou o Sebastian! Como nunca vi isso antes? Tão óbvio! Ou não.

Talvez nunca tenha visto porque não é nada girly ser o ‘cara’ na música, em vez de ser a mina. Ou simplesmente porque, na verdade, a gente é quem a gente quer ser. E eu quero ser a Belle.

Será? Bem...chego à essa conclusão usando os argumentos encontrados nos filmes de Almodovar; que o louco desse Almodovar sempre dá um jeito de mostrar que a gente tem quem ser quem a gente pensa que é, mesmo se a gente pensa que é uma coisa que não é. Mesmo se a gente quiser ser uma coisa meio doentia. Está sempre tudo bem, contanto que a gente esteja feliz com a gente mesmo. E isso explica porque tem tantos Travestis nos filmes dele. Aliás, em Tudo Sobre Minha Mãe o próprio travesti explica o argumento dizendo que existe sim (!) autenticidade em ser um travesti. Afinal, se ele se vê e deseja ser mulher, ele é mulher (mesmo sendo homem). Que a essência das coisas está na aparência, e na vontade...muito mais do que nas profundezas das coisas em si.

No filme High Fidelity também rola um questionamento parecido; o personagem do John Cusack tem um ponto quando diz que as músicas que a gente escuta, os livros que a gente lê, e os filmes que a gente vê dizem sim quem a gente é. E acho que ele está certo, afinal a gente só aprecia a arte que gosta, e se a gente gosta é porque se identifica...e se a gente se identifica...

Anyways, usando essa linha de pensamento, talvez eu possa argumentar que eu sou a Belle. Porque eu quero ser a Belle, eu adoro losers, tenho meus momentos Blasès, e eu meio que tento desesperadamente ser fodona como ela- resultando numa arrogância as vezes tão irritantemente infundada que só pode ser explicada pelo fato de que eu tenho certeza ‘que sou the only fun in town’ em vez de só ‘me achar’.

Ultimamente, porém, essa crise pseudo-existencialista Belle&Sebastiana tem ocupado minha mente. Ando meio desarmada, sem meus clássicos e avançados mecanismos de auto-defesa...em contato com meu verdadeiro, ou simplesmente novo, eu interior. E meu verdadeiro, e/ou novo eu interior é bastante loser, apreensivo, sem graça, na média...

Na verdade, vejo muito, tanto da Belle, quanto do Sebastian em mim. Provavelmente porque na vida não existem extremos...uma vez que tenho os traços losers e problemáticos do Sebastian em mim, parto desesperadamente pra um Belle-Life-Style...e funciona! Pelo menos um pouco. Daí dependendo do dia eu sou o Sebastian, dependendo do dia eu sou a Belle....mas no geral...acho que fico meio in between.

“Oh Sebastian wrote his diary that
He would never be young again
But you will
Fellow, you are ill
You'd better take a weight off of your mind and listen
To what other people say
Cause things are going wrong your own way”

Mas eu ando bem mais Sebastian ultimamente. E ponto.


***

Americano usa muito a palavra procrastinar, coisa que Brasileiro não faz muito. Eu sempre entendi o uso da palavra nas frases, mas nunca soube o literal significado da mesma. Esse dias bateu a curiosidade inútil e fui procurar no dicionário. Melhor dizendo, dei um Google e acabei na Wikipédia. A definição de procrastinar foi bem boring, e esperada...mas me deparei com algo interessante:

“As causas psicológicas da procrastinação variam muito, mas geralmente tendem a fatores como ansiedade, baixa auto-estima e uma mentalidade auto-destrutiva. Pensa-se que procrastinadores têm um nível de consciência abaixo do normal, mais baseado em "sonhos e desejos" de perfeição ou realização, em vez de apreciação realista de suas obrigações e potenciais.”

Ando procrastinando pra caramba...e confesso que as causa apontadas acima meio que se encaixam perfeitamente no meu caso...

Agora.... nível de consciência abaixo do normal????? Não seria acima do normal? Na boa, minha experiência de vida diz que apreciação realista das obrigações e potenciais apresenta bem mais perigo do que apreciação não-realista; Tipo, se nosso nível de consciência é baixo, a gente tende a fazer nossas coisas agora; ou porque a gente se acha pior do que é, subestima o peso das responsabilidade e faz tudo agora pra correr atrás do prejuízo...ou porque a se acha melhor do que é, superestima o peso das responsabilidades e então faz agora por achar fácil e pra se exibir.

Se você sabe exato quais são suas obrigações e pontenciais, on the other hand.... se a gente tem um nível de consciência acima do normal, ou deixa tudo pra depois porque sabe que vai dar conta na última hora, ou deixa pra última hora porque sabe que não vai dar conta mesmo, e foda-se.

Aminha desculpa pra procrastinação é que é mais emocionate deixar as coisas pra última hora...e também porque é na última hora que sou mais produtiva. Pelo menos eu gosto de acreditar que sim.



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Life is good.