Hoje, no trajeto de Oakdale para Nova York, dentro do trem, me peguei chorando umas duas ou três vezes. Chorei porque estou preocupada com a Babette. Porque estou com uma saudades absurda da minha Família, da minha casa, e do meu quarto. Porque adoro trem, e a nostalgia que linhas de trem me trazem. E porque a voz do Thom Yorke é linda.
Comecei o Mamãe e o Sentido Da Vida e logo no primeiro conto desabei, chorei porque embora fascinante,acho um saco aceitar que pais também são seres humanos. Porque foi foda passar a semana inteira doente, e porque embora recuperada, meu estômago ainda está uma bagunça. Porque eu odeio meu coach novo. E porque tenho um paper gigantesco de Finance que eu nem sei por onde começar.
Depois chorei porque estou me sentindo solitária, e abandonada, e carente, e porque embora me sentindo assim, são raros os momentos onde estou realmente sozinha. E porque estou precisando desses momentos sozinha, sem ninguém por perto. Chorei porque estou perdida, confusa e com medo do futuro. E porque embora eu considere minha vida de estudante fácil e gostosa, eu estou no limite.
Em horas como essa que Travis cai como uma luva. E todas aquelas letras babaquinhas depressivas,de quem estava no fundo do poço mas hoje é feliz e blah blah blah, sempre acabam me fazendo sorrir.
E o show? Bem....eu gosto de violão, amo solos de guitarra, e havia me esquecido como é bom ver uma uma banda que não usa sintetizador.
Sem contar com todos os hits na set list. Com as frases meio auto-ajuda de Turn, Driftwood e Writing to reach You cantadas em coro. E com todo mundo pulando ao som de Why Does It Always rain On Me?
No final....acho que minha semana até que foi positiva. Ou foi chorar um pouco que me fez bem.
" I Want to live. I will survive.
And I believe that it won't be very long
If we turn, turn, turn, turn, turn.
Then we might learn"
sábado, 25 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Músicas de bandas que não mudaram a minha vida, mas que ninguém pode morrer sem ouvir.
Arctic Monkeys- Riot Van/ Athlete- I love/ Chairlift- Bruises/ Cat Power- Could we/ Doves- The Storm/ Daft Punk-Digital Love/ Electrelane- The Greater Times/ Babyshambles- Fuck Forever/ Friendly Fires- Strobe/ Foo Fighters- Generator/ Kaiser Chiefs- You can have it all/ Storkes- Under Control/ Libertines- Can't stand me now/ We Are Scientists-Textbook/ Oh No!Oh My!-Walk in the park/ Hot Hot Heat- Jingle Jangle/ Voxtrot-Star of something, Long haul/ Rakes- Suspicious Eyes/ Hot Chip- Wrestlers/ Vampire Weekend- Stand corrected/ Little Joy- Don't watch me dancing/ CSS-Let's make love/ Portishead- Half Day Closing/ Of Montreal- unny ain't no Kind of rider/ Tokyo Police Club-Nature of the Experiment/Hole-Dying/Garbage-I think i'm paranoid/ Gram-Você pode ir na janela/ Vanguart- Last Time I saw You/ Mallu Magalhães-Dry freezing tongue/ Pipettes-One Night Stand/ Virgins-Love is colder than death/ Nouvelle vague-I melt with you/ ColdPlay-Green Eyes/ Cachorro Grande-Sinceramente/ Los Campesinos-My Year in list/ Art Brut-These animals menswear/ Peter, Bjorn and John-Objects of my affection/ Plastiscines-Loser/ Sufjan Stevens- Casimir Pulaski Day/ Beulah- Good man is easy to kill/ Jets to Brazil-You're the one/ The Weepies-I wish I coul forget/ Travis-Safe/Writing to reach you/ Ladytron-Amtv/ Le Tigre- Tell you now/ New Pornographers-Streets of Fire/ Fleet Foxes-He doesn't know why/ Clap Your hands Say Yeah-The Skin of my yeallow country teeth/ Camera Obscura-Country Mile/ Suede- Picnic by the Motorway/ Thrills- Saturday Night/ Lykke Li-Everyone but me/ Subways- No goodbyes/ Mobious Band- Haillie/ Kings Of Convenience-I'd rather dance with you/ Placebo'You don't care/ Ra Ra Riot-Can You Tell/ Radio Department- Strange things will happen/ Verve-Bittersweet Symphony/ Grizzly Bear-Knife/ Weezer- Keep Fishing/ Blink 182- Adam's song/ magic Numbers- Undecided/ Seu Jorge- Life on mars/ Psapp- Trycicle/ Super Furry Animals- Walk you home/ Death cab for a Cutie- Title Track/ Decemberists-Yanke Baronet/Fratellis-Flathead/Maccabees-First Love.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Minha teoria machista sobre o quanto a mulher é superior.
Já haviam me dito que Nietzsche não é Nietzsche sempre. Quer dizer, que cada um de seus livros é diferente, que suas idéias são meio irregulares, que cada leitura é uma leitura e portanto a gente dificilmente conhece o Nietzsche, Nietzsche de verdade.
Tá. Dito isso, eu confesso que Além do Bem e do Mal tá sendo uma leitura difícil. Lenta, densa, com raciocínios absurdos. E que eu estou levando-a com a barriga, louca de vontade de acabar o livro logo pra começar algo mais agradável.
Ainda assim, hoje me deparei com o capítulo Nossas Virtudes, que me surpreendeu com deliciosos ensaios enfurecidos sobre as mulheres. Ele odiava as mulheres. não sei se por ter tido seu coração partido, por não lidar com relacionamentos, ou simplesmente porque é meio 'de lei' um filósofo odiar as mulheres. O fato é que seus argumentos infantis e unilaterais me fizeram confirmar que realmente tenho uma visão machistinha do mundo, e uma teoria mais machistinha ainda. ou não. Sei lá!
Primeiro, sobre o porquê da posicão inferior da mulher em relação ao homem. Fritz (não por intimidade, mas sim porque não dá pra escrever Nietzsche toda hora) diz que a mulher tem muitos motivos para ter pudor: "..há tanta coisa pedante, superficial, sabichã, mesquinhamente arrogante, mesquinhamente irrefreada e imodesta escondida na mulher, que até o momento, e no fundo, só o temor ao homem reprimiu e conteve da melhor maneira."
Sem hipocrisia, eu concordo! Concordo que a mulher seja tudo isso aí. E não acho tudo isso ruim, acho isso tudo natural. Logo, mulheres tem suas indiscrições barradas pelo temor ao homem, ao mesmo tempo que tem sua fragilidade protegida pelo mesmo.
Pra mim, faz parte da natureza humana. não vejo mal nenhum. Aliás, até acho bom; vejo aí a chave para o perfeito equilíbrio na relação nossa com os homens.
Depois, Fritz parte para sua indignação em ver a mulher querendo fazer coisas 'de homem'. Mas não no sentido de que não podemos fazer as mesmas coisas, e sim no sentido de que a mulher precisa preservar o que tem de feminino; Sua tendência à superficialidade, o gosto por se enfeitar, sua distância da verdade e do real...resumindo, todas essas coisas que soam ruim são parte de sua complexidade.
Ele ainda termina dizendo que os homens amam e respeitam as mulheres por essa complexidade, que casa perfeitamente com a seriedade simples masculina.
Portanto, para Nietzsche, a tentativa de igualdade de sexos nada mais é que a mulher, desprezando ela mesma.
Nisso ainda vem uma idéia brilhante sobre revoluções, e preconceito e igualdade. Fritz argumenta que a luta da mulher por igualdade para com os homens é feia e ineficiente. Pra que a luta seja válida, é preciso que os homens lutem! Igualdade não pode vir de uma luta unilateral, de uma batalha entre dois pontos de vista. Pra que uma sociedade seja igual, a sociedade precisa pensar igual. Todos precisam concordar que mulheres e homens são iguais, e portanto os homens, mais do que as mulheres inclusive, é que vão lutar por isso.
Se as mulheres lutam sozinhas, precisam abrir mão do que as fazem únicas, diferentes, femininas e portanto à medida que seus direitos e exigências aumentam, diminui sua influência na sociedade.
Achei a idéia brilhante porque acredito que os homens lutariam pelas mulheres, sim! E porque a idéia se aplica a todas as batalhas entre classes e raças diferentes na sociedade.
Usaria como exemplo o negro aqui nos Estados Unidos; aqui, os negros tem muito mais direitos e condições que no Brasil. Só que o preconceito continua, e é ainda maior. De repente isso acontece porque a luta veio dos negros somente. E não dos brancos.
Acho que nós, seres humanos, no fundo no fundo entendemos que embora não iguais, somos irmãos. E Acho mesmo que estaríamos dispostos a lutar uns pelos outros. Só que acho que essa luta bonita aí, só acontece a longo prazo. E as conquistas do negros, mulheres...estão acontecendo a curto prazo, por isso ainda existe muito a ser aprimorado.
Óbvio que vejo tudo isso como filosofia, e filosofia nunca(!) funciona na prática. Enfim...
Minha teoria machista sobre a mulher ser superior é a seguinte: A mulher, antes numa posição muito inferior, tende a usar o machismo em seu favor. Somos superficiais, manipuladoras e muito mais distante da verdade que os homens. Também somos mais espertas,complexas, influentes e sabemos manipular. Por isso, até que rapidamente, vamos conquistando nosso espaço, e se bobear mais do que nosso espaço. Não dou muito tempo pra estarmos dominando o mundo, literalmente!
O problema é que quando dominarmos o mundo nosso feitiço se virará contra nós. Nossa influência sobre os homens(como Fritz mesmo disse) será muito menor, iremos nos perder em nossa falta de verdade, e a simplicidade séria do homem vai ser suficiente pra que eles nos dominem e voltem ao topo de novo.
E assim por diante, homem domina, depois a mulher domina, depois homem, depois mulher de novo...ups and downs. Assim como na Economia. Homens e mulheres sempre em busca de um equilíbrio de poder. Mas não existe igualdade, portanto o equilíbrio nunca chega. Como em tudo na vida...
Enquanto falando sobre quão ruim as mulheres são, Fritz disse que todos seus defeitos podem ser enxergados na relação da mulher com as crianças. E entrou num papo sobre mãe e filhos. ele viajou! e foi prum lado que nada tinha a ver com o assunto. Mas dessa viagem meio inutil, li uma das frases mais lindas do mundo: "Meu amigo, não se permita senão loucuras que lhe dêem grande prazer"- a frase mais maternal e mais inteligente que já foi dirigida a um filho.
Me fez arrepiar! E decidi que essa é a lição mais valiosa que uma mãe pode ensinar a um filho; é amor incondicional, é príncipio, é Carpe Diem!
Acho que minha mãe me ensinou isso. E eu prometo!Prometo que, custe o que custar, ensinarei isso aos meus filhos.
*****
Do resto, New York continua o máximo. Meu backhand continua atrasado. E Hysteric do Yeah Yeah Yeahs anda dominando minha mente!
"Flow sweetly, hang heavy
You suddenly complete me!"
Tá. Dito isso, eu confesso que Além do Bem e do Mal tá sendo uma leitura difícil. Lenta, densa, com raciocínios absurdos. E que eu estou levando-a com a barriga, louca de vontade de acabar o livro logo pra começar algo mais agradável.
Ainda assim, hoje me deparei com o capítulo Nossas Virtudes, que me surpreendeu com deliciosos ensaios enfurecidos sobre as mulheres. Ele odiava as mulheres. não sei se por ter tido seu coração partido, por não lidar com relacionamentos, ou simplesmente porque é meio 'de lei' um filósofo odiar as mulheres. O fato é que seus argumentos infantis e unilaterais me fizeram confirmar que realmente tenho uma visão machistinha do mundo, e uma teoria mais machistinha ainda. ou não. Sei lá!
Primeiro, sobre o porquê da posicão inferior da mulher em relação ao homem. Fritz (não por intimidade, mas sim porque não dá pra escrever Nietzsche toda hora) diz que a mulher tem muitos motivos para ter pudor: "..há tanta coisa pedante, superficial, sabichã, mesquinhamente arrogante, mesquinhamente irrefreada e imodesta escondida na mulher, que até o momento, e no fundo, só o temor ao homem reprimiu e conteve da melhor maneira."
Sem hipocrisia, eu concordo! Concordo que a mulher seja tudo isso aí. E não acho tudo isso ruim, acho isso tudo natural. Logo, mulheres tem suas indiscrições barradas pelo temor ao homem, ao mesmo tempo que tem sua fragilidade protegida pelo mesmo.
Pra mim, faz parte da natureza humana. não vejo mal nenhum. Aliás, até acho bom; vejo aí a chave para o perfeito equilíbrio na relação nossa com os homens.
Depois, Fritz parte para sua indignação em ver a mulher querendo fazer coisas 'de homem'. Mas não no sentido de que não podemos fazer as mesmas coisas, e sim no sentido de que a mulher precisa preservar o que tem de feminino; Sua tendência à superficialidade, o gosto por se enfeitar, sua distância da verdade e do real...resumindo, todas essas coisas que soam ruim são parte de sua complexidade.
Ele ainda termina dizendo que os homens amam e respeitam as mulheres por essa complexidade, que casa perfeitamente com a seriedade simples masculina.
Portanto, para Nietzsche, a tentativa de igualdade de sexos nada mais é que a mulher, desprezando ela mesma.
Nisso ainda vem uma idéia brilhante sobre revoluções, e preconceito e igualdade. Fritz argumenta que a luta da mulher por igualdade para com os homens é feia e ineficiente. Pra que a luta seja válida, é preciso que os homens lutem! Igualdade não pode vir de uma luta unilateral, de uma batalha entre dois pontos de vista. Pra que uma sociedade seja igual, a sociedade precisa pensar igual. Todos precisam concordar que mulheres e homens são iguais, e portanto os homens, mais do que as mulheres inclusive, é que vão lutar por isso.
Se as mulheres lutam sozinhas, precisam abrir mão do que as fazem únicas, diferentes, femininas e portanto à medida que seus direitos e exigências aumentam, diminui sua influência na sociedade.
Achei a idéia brilhante porque acredito que os homens lutariam pelas mulheres, sim! E porque a idéia se aplica a todas as batalhas entre classes e raças diferentes na sociedade.
Usaria como exemplo o negro aqui nos Estados Unidos; aqui, os negros tem muito mais direitos e condições que no Brasil. Só que o preconceito continua, e é ainda maior. De repente isso acontece porque a luta veio dos negros somente. E não dos brancos.
Acho que nós, seres humanos, no fundo no fundo entendemos que embora não iguais, somos irmãos. E Acho mesmo que estaríamos dispostos a lutar uns pelos outros. Só que acho que essa luta bonita aí, só acontece a longo prazo. E as conquistas do negros, mulheres...estão acontecendo a curto prazo, por isso ainda existe muito a ser aprimorado.
Óbvio que vejo tudo isso como filosofia, e filosofia nunca(!) funciona na prática. Enfim...
Minha teoria machista sobre a mulher ser superior é a seguinte: A mulher, antes numa posição muito inferior, tende a usar o machismo em seu favor. Somos superficiais, manipuladoras e muito mais distante da verdade que os homens. Também somos mais espertas,complexas, influentes e sabemos manipular. Por isso, até que rapidamente, vamos conquistando nosso espaço, e se bobear mais do que nosso espaço. Não dou muito tempo pra estarmos dominando o mundo, literalmente!
O problema é que quando dominarmos o mundo nosso feitiço se virará contra nós. Nossa influência sobre os homens(como Fritz mesmo disse) será muito menor, iremos nos perder em nossa falta de verdade, e a simplicidade séria do homem vai ser suficiente pra que eles nos dominem e voltem ao topo de novo.
E assim por diante, homem domina, depois a mulher domina, depois homem, depois mulher de novo...ups and downs. Assim como na Economia. Homens e mulheres sempre em busca de um equilíbrio de poder. Mas não existe igualdade, portanto o equilíbrio nunca chega. Como em tudo na vida...
Enquanto falando sobre quão ruim as mulheres são, Fritz disse que todos seus defeitos podem ser enxergados na relação da mulher com as crianças. E entrou num papo sobre mãe e filhos. ele viajou! e foi prum lado que nada tinha a ver com o assunto. Mas dessa viagem meio inutil, li uma das frases mais lindas do mundo: "Meu amigo, não se permita senão loucuras que lhe dêem grande prazer"- a frase mais maternal e mais inteligente que já foi dirigida a um filho.
Me fez arrepiar! E decidi que essa é a lição mais valiosa que uma mãe pode ensinar a um filho; é amor incondicional, é príncipio, é Carpe Diem!
Acho que minha mãe me ensinou isso. E eu prometo!Prometo que, custe o que custar, ensinarei isso aos meus filhos.
*****
Do resto, New York continua o máximo. Meu backhand continua atrasado. E Hysteric do Yeah Yeah Yeahs anda dominando minha mente!
"Flow sweetly, hang heavy
You suddenly complete me!"
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Cat Power faz show em silêncio.
Essa história de escrever com frequência vira balela depois de um tempo. Dá preguiça demais. Mas quando me vejo de frente com a necessidade de fazer Homework pra segunda...bem, aí tudo parece mais interessante.
Começando pelo meu primeiro show do ano: Cat Power, Cantora que curto muito já faz um bom tempo. O estilo dela vacila bastante, é fato. A carreira é tudo, menos linear;Começou com dois albinhos Lo-Fi, ficou mais Pop, clássica, blues. Isso tudo sem contar nos covers doidos que ela faz. Somando a instabilidade musical, vem a instabilidade emocional, alcool e cigarros, esquizofrenia, temporada mendigando pelas ruas de Atlanta...que óbvio, contribui para uma mistura perfeita.
Mas o que sempre me chamou atenção nessa cantora de voz rouca foi a personalidade. Nunca vi igual. Adoro suas composições, que embora não sejam seu forte, são de uma originalidade absurda. Acho que nunca vi alguém com tanta coragem de expor suas influências como ela faz escrevendo uma porção de músicas em homenagem a seus ídolos. minhas preferidas são as alusões a Kurt Cobain como por exemplo na linda "I don't blame you", onde ela infantilmente compreende Kurt e todo seus problemas na infância.
Acho que é essa característica meio psicopata infantil que sempre me agradou nela. E o show, o imprevisível show, definitivamente foi cheio disso. A começar pelo atraso incomum, seguido de um palco sem iluminação alguma. Pra completar a falta de luz que parece acidental, vem o fato de que a Chan é exageradamente introspectiva, e não contente em só cantar pra ela, passa a maior parte do show escondida atrás das caixas de som. A coisa é tão doida que inúmeras vezes ela chegou com o microfone perto da caixa ao ponte de fazer aqueles barulhos de inteferencia insuportáveis. E numa atitude super rockstar, ela sempre pedia desculpa quando isso acontecia.
A set list foi bem decente. Agora...ela mudava tanto as músicas que algumas (pra não dizer todas) ficavam irreconhecíveis. Mudava os arranjos, os ritmos, as letras...fazendo com que o show fosse um espetáculo a ser assistido...bem pouco interativo. Prova disso foi quando ela veio pra galera (e se jogar na galera parece lei aqui em NY). Não tinha nenhum engraçadinho se jogando na Chan, desmaiando, tirando fotos, ou cantando junto usando toda a capacidade pulmonar. Pelo contrário...todo mundo estava de fora, assistindo em transe a caminhada da Chan no meio do público, como se estivessem com medo de fazer um movimento muito brusco e estragar o momento. Ela parou do meu lado. Ficou pertinho mesmo, e por um bom tempo. Deu até pra sentir o perfume cítrico dela.
****
O resto continua o mesmo. Oakdale não mudou muito, nem Manhattan. O que é bom. Ou não. Sei lá.
Voltando da cidade, olhando pela janela do trem, me deparei com uma velha música do Belle and Sebastian que é a mais nova música a complementar minha alma. Pelo menos no momento. Mas esse que é lado bom de gostar de bandas velhas que já lançaram milhões de cds e que tem bilhões de lados b. O lado ruim é nunca virar especialista mor...mas essas tardias descobertas compensam.
É difícil de explicar minha indentificação com B&S. É algo bem sutil. talvez a mistura de arrogancia com insegurança com ingenuidade que devem ser um dos meus principais ingredientes (hi hi hi). ou o sarcasmo quase incompreensivél. ou talvez o tema, a situação. Essa "Act Of The Apostle II" por exemplo, fala sobre uma coisa bem momento-confuso-em-'college'. Fala sobre a necessidade de crescer, e de ter todas as condições para isso -vontade, tempo e competência. Mas o quanto é preciso tomar atitudes, por a mão na massa, assumir riscos, e fazer tudo isso sozinho. E é...as coisas podem ficar confusas ao ponto de uma caminhada, ou uma volta sem rumo de trem parecer a única saída pra esfriar a cabeça.
ACT OF THE APOSTLE II
I'm bored out my mind
Too sick to even care
I'll take a little walk
Nobody's going to know
I'm in senior* year
It gives you a little free time
I'll just use it all at once!
Took the fence and the lane
The bus then the train
Bought an ‘Independent' to make me look like I got brains
I made a story up in my head if anybody would ask
I'm going to a seminar!
I'm a genius
A prodigy
A demon at Maths and Science
I'm up for a prize
If you gotta grow up sometime
You've to do it on your own
I don't think I could stand to be stuck
That's the way that things were going
* Tá!tá! Eu ainda sou Junior!
Começando pelo meu primeiro show do ano: Cat Power, Cantora que curto muito já faz um bom tempo. O estilo dela vacila bastante, é fato. A carreira é tudo, menos linear;Começou com dois albinhos Lo-Fi, ficou mais Pop, clássica, blues. Isso tudo sem contar nos covers doidos que ela faz. Somando a instabilidade musical, vem a instabilidade emocional, alcool e cigarros, esquizofrenia, temporada mendigando pelas ruas de Atlanta...que óbvio, contribui para uma mistura perfeita.
Mas o que sempre me chamou atenção nessa cantora de voz rouca foi a personalidade. Nunca vi igual. Adoro suas composições, que embora não sejam seu forte, são de uma originalidade absurda. Acho que nunca vi alguém com tanta coragem de expor suas influências como ela faz escrevendo uma porção de músicas em homenagem a seus ídolos. minhas preferidas são as alusões a Kurt Cobain como por exemplo na linda "I don't blame you", onde ela infantilmente compreende Kurt e todo seus problemas na infância.
Acho que é essa característica meio psicopata infantil que sempre me agradou nela. E o show, o imprevisível show, definitivamente foi cheio disso. A começar pelo atraso incomum, seguido de um palco sem iluminação alguma. Pra completar a falta de luz que parece acidental, vem o fato de que a Chan é exageradamente introspectiva, e não contente em só cantar pra ela, passa a maior parte do show escondida atrás das caixas de som. A coisa é tão doida que inúmeras vezes ela chegou com o microfone perto da caixa ao ponte de fazer aqueles barulhos de inteferencia insuportáveis. E numa atitude super rockstar, ela sempre pedia desculpa quando isso acontecia.
A set list foi bem decente. Agora...ela mudava tanto as músicas que algumas (pra não dizer todas) ficavam irreconhecíveis. Mudava os arranjos, os ritmos, as letras...fazendo com que o show fosse um espetáculo a ser assistido...bem pouco interativo. Prova disso foi quando ela veio pra galera (e se jogar na galera parece lei aqui em NY). Não tinha nenhum engraçadinho se jogando na Chan, desmaiando, tirando fotos, ou cantando junto usando toda a capacidade pulmonar. Pelo contrário...todo mundo estava de fora, assistindo em transe a caminhada da Chan no meio do público, como se estivessem com medo de fazer um movimento muito brusco e estragar o momento. Ela parou do meu lado. Ficou pertinho mesmo, e por um bom tempo. Deu até pra sentir o perfume cítrico dela.
****
O resto continua o mesmo. Oakdale não mudou muito, nem Manhattan. O que é bom. Ou não. Sei lá.
Voltando da cidade, olhando pela janela do trem, me deparei com uma velha música do Belle and Sebastian que é a mais nova música a complementar minha alma. Pelo menos no momento. Mas esse que é lado bom de gostar de bandas velhas que já lançaram milhões de cds e que tem bilhões de lados b. O lado ruim é nunca virar especialista mor...mas essas tardias descobertas compensam.
É difícil de explicar minha indentificação com B&S. É algo bem sutil. talvez a mistura de arrogancia com insegurança com ingenuidade que devem ser um dos meus principais ingredientes (hi hi hi). ou o sarcasmo quase incompreensivél. ou talvez o tema, a situação. Essa "Act Of The Apostle II" por exemplo, fala sobre uma coisa bem momento-confuso-em-'college'. Fala sobre a necessidade de crescer, e de ter todas as condições para isso -vontade, tempo e competência. Mas o quanto é preciso tomar atitudes, por a mão na massa, assumir riscos, e fazer tudo isso sozinho. E é...as coisas podem ficar confusas ao ponto de uma caminhada, ou uma volta sem rumo de trem parecer a única saída pra esfriar a cabeça.
ACT OF THE APOSTLE II
I'm bored out my mind
Too sick to even care
I'll take a little walk
Nobody's going to know
I'm in senior* year
It gives you a little free time
I'll just use it all at once!
Took the fence and the lane
The bus then the train
Bought an ‘Independent' to make me look like I got brains
I made a story up in my head if anybody would ask
I'm going to a seminar!
I'm a genius
A prodigy
A demon at Maths and Science
I'm up for a prize
If you gotta grow up sometime
You've to do it on your own
I don't think I could stand to be stuck
That's the way that things were going
* Tá!tá! Eu ainda sou Junior!
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