quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

L'amour e Outras Loucuras.

O legal de filme bom é que a gente só entende, ou pensa que entende, o filme uns dois dias depois de ter assistido, Até dar aquele insight genial de porque o filme fez uma marca na sua vida de algum jeito. Foi mais ou menos isso que me aconteceu hoje, depois de ter assistido A Fronteira Da Alvorada ontem. É..considerável lag. Mas enfim, estava eu, descendo pelo caminhozinho do Jardim Florença depois de uma corridinha básica de 20 minutos, quando vejo no banquinho em baixo da árvore da minha rua um casal feliz, de adolescentes apaixonados tirando fotos. Tipo aquelas fotos meio ridículas mesmo... o fato é que o jeito com que os dois pousavam pra foto, e se abraçavam e se preocupavam em fazer um olhar sexy-ao-mesmo-tempo-apaixonado, me pegou. Pensei na hora que o amor é uma coisa diferente pra cada casal. Diferente pra cada pessoa, na verdade. E acho que A Fronteira Da Alvorada meio que é sobre isso, sobre a loucura inexplicável que é o amor.

O filme é doido, simbólico de um jeito ininteligível. E como todo romancinho Francês pesado, foca no link entre o amor e o suicídio. Como telespectadora, tive a impressão que ninguém no filme se amava. Louis Garrel (personagem principal) nunca demonstrou muito afeto pela namorada atriz dele, que por sua vez era casada, e nunca teve a intenção de abondonar o marido que morava na América. Aliás, é exatamente depois da visita desse marido que Garrel se cansa das loucuras da namorada atriz, e passa a evitá-la. Tudo isso com uma evidente tranquilidade de quem está tocando a vida pra frente. E os dois só voltam a se encontrar quando Garrel descobre que, por sua causa, a namorada atriz teve crises depressivas e está internada num hospital psiquiátrico. A situação dos dois continua a mesma, o relacionamento é superficialmente tratado por ambas as partes, e a coisa só fica séria quando a mulher se mata...tipo assim, do nada.
Pelo menos pra mim, pareceu do nada. E todo o remorso do Garrel, pra mim também parecia infundado. Afinal, em nenhum momento o amor dos dois pareceu verdadeiro.

Daí, como todo romancinho Francês pesado, o filme tomou um rumo doido e mudou completamente de ritmo; o Garrel começou a ser assombrado pelo fantasma da ex-namorada...pode isso?
O mais bizarro de tudo é como Garrel interpreta essas aparições. Óbvio que ele sabe que não se trata de fonômenos sobrenaturais, mais sim de seu subconsciente. Ele também, através da lógica, vê que seu subconsciente está aprontando essa por conta do remorso que ele sente, em saber que, de certa forma, a ex-namorada se matou por causa dele. Mas em vez de lidar com esse remorso (veja bem, à essa altura do filme ele já estava com uma outra namorada, também muito frágil emocionalmente, que estava grávida), ele conclui que o principal motivo das aparições da falecida ex é o amor que ele sentia por ela. Conclusão doida, considerando que Garrel nunca demonstrou amá-la, e que teve milhões de oportunidades de estar com ela. Enfim...concluído que a falecida ex namorada foi o grande amor da vida dele, Garrel, assim como a ex, se joga da janela, vestido de noivo, horas antes de seu casamento.

Analisando a situação, à primeira vista, eu achei o filme lindo, mas bobo. A namorada suicida do Garrel era nada mais do que uma atriz alcoólatra louca, e o Garrel nada mais do que um covarde, com medo de relacionamentos sérios, que se enganou pensando ter sido apaixonado por uma pra achar uma desculpa pra se matar e fugir de um relacionamento sério com outra.

Mas o sogríssimo Phillipe Garrel dificilmente faria um filme tão....realista assim. não em preto em branco, não usando cartas como o meio de comunicação eleito....obviamente tem algo mais. E uma vez que analiso o filme sem meus preconceitos...quem sou eu pra julgar o amor dos outros, né? Primeiro que de fora, nada que os outros vivem parece verdadeiro. Segundo, um amor pra ser verdadeiro tem que ser...verdadeiro em todos os sentidos? Ou o conceito de verdadeiro é relativo?

Porque se o conceito de amor verdadeiro for relativo, ou mutável, os suicídios românticos utópicos de A Fronteira Da Alvorada talvez tenham sido válidos. E tirar fotos bregas com paisagem no fundo também possa ser válido...enfim...talvez, a grande sacada seja assumir que o amor é umas das poucas ( de muitas) loucuras da vida que são consideradas aceitáveis. Atos insanos podem ser justificados e ditos normais no amor..e faz sentido, que senão ninguém amava, certo? Afinal, deve ser impossível racionalizar um sentimento tão forte,e mais impossível ainda julgar um sentimento como certo, errado, verdadeiro, superficial...
Acho que a lição que tirei do filme vai facilitar meu entendimento de relacionamentos alheios, e dos meus próprios talvez.... Bem..prometo ser mais mente aberta pelo menos, e tratar relacionamentos que acho errado ou doentios com respeito, prometo!

***

Se Fronteira da Alvorada vai provavelmente ser o filme do meu mês-no-Brasil, Walters do Pinback vai com certeza ser a música! E acho que arte é uma outra das loucuras da vida que são consideradas aceitáveis. Por que, meu!!!! Música loucona! Coisa mais linda....meio shoegaze, com solinhos de guitarra constantes que vão unindo forças pra um climax mais ou menos eletrônico seguido de um último minuto pesado, de fazer todo mundo pular.
Anyways...qual não foi minha surpresa ao descobrir que essa música tão linda foi escrita em homenagem a Larry Walters, o pioneiro na arte de voar alto numa cadeira amarrada a bexigas de aniversário? Sim, a mesma façanha que aquele padre do sul tentou fazer, Só que Walters fez antes, de forma mais ilegal e... sobreviveu!
O que me pega é pensar o que passava na cabeça do caras do Pinback pra conseguir escrever uma música tão lindona sobre um assunto tão...sei lá! Por isso que música é arte, e arte é uma loucura aceitável que nem o amor. Quanto mais louco, melhor!
Agora...a idéia do Walters, e do padre de voar com bexiga definitivamente é uma loucura não aceitável.

4 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

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