sábado, 28 de julho de 2007

PARIS, JE T'AIME!

PORQUE 'PARIS, EU TE AMO' É BOM:

Primeiro porque eu assisti esse filme nas melhores condições possíveis: São Paulo, Sozinha, depois de caminhar horas na Faria Lima com o vento na cara. e PORQUE É CULT!
Depois pelos motivos que fazem um filme CULT.
É uma delícia ver diretores fodidos brincando despretenciosamente com a câmera, na cidade das luzes. Principalmente se tratando de um assunto tão....bem, se tratando do amor. Especificamente de quando nos apaixonamos por algo.
19 filminhos, díficil escolher o melhor. Mas uma lição dá pra tirar: O AMOR MAIOR VEM DE FORMAS ABSURDAMENTE DIFERENTES DA CONVENCIONAL.
-Wes Craven dirige uma discussão filosófica sobre o amor, em um cemitério. Onde a mulher, alega que o homem não a faz rir.-Me lembra de uma música do Magic Numbers, que diz: 'Tell me a joke and I will love you'- Endoçando minha crença de que um relacionamento só existe com diversão. Aí, pra me desmentir vem Oscar Wilde-morto mesmo- aconselhando o homem, que ali, percebe estar apaixonado por alguém que exige dele o que ele não tem ( graça ahahhahahahahahaha). e se ferre!ambos estavam no mesmo patamar quando ela percebe isso. que exigir demais num relacionamento é o pior defeito. É amor, Vale a pena arriscar. e pronto.
-Seguindo a mesma linha 'amor é realmente uma coisa mágica mas está longe de perfeito'é "Bastille". Onde o Marido, prestes a terminar com a esposa, percebe que ela está em fase terminal de Cancer. Não tem coragem de terminar, e ao cuidar da esposa, se lembra do porque se apaixonou por ela. e a mágica está no fato de que o que o fez apaixonar foram os defeitos. defeitos incrivelmente charmosos por serem dela, e só dela.
-O da Maggie Gylenhall interpretando uma viciada também é memorável. Porque não dá pra dizer se ela se apaixonou pelas drogas, ou pelo traficante, eu chuto pelas drogas. bem mais simbólico.
- "Place des Victoires " mostra a forma de amor mais doente que eu já vi! não conformada com a perda do filho, uma mulher se apaixona pela única coisa que lhe resta : a morte. Não a morte em si, Dã!!! mas a presença da morte na vida.
-Tem também "Pigalle". sobre uma mulher tentando realizar as fantasias sexuais do marido com dificuldades de ereção. Demais!!!!Demais por tratar tão diretamente de AMOR FÍSICO.

Todos os outrso são também ótimos e marcantes,embora eu não tenha ENTENDIDO MUITO BEM O DO WALTER SALLES e ache que o de amor entre vampiros a là SinCity estivesse meio deslocado . mas o meu preferido é o do Afonso Cuaran (y tu Mama Tumbien):

Uma mulher reecontra o pai, que acaba de descer do onibus. Ambos conversam enquanto caminham não sabemos ainda pra onde. e ela vai reclamando da vida que leva ao lado de Gerard. Da falta de liberdade, stress e de como vive pra ele. E o pai sabiamente diz que ela não deve ser escrava de Gerard. Sabiamente porque a princípio temos a impressão de que Gerard é um marido dominador .mas logo somos desmascarados com a informação de que Gerard é o filho. A mulher então deixa Gerard com seu pai, que veio para ajudá-la com a criança, e vai ao cinema. É a primeira vez que ela ve que pode se apaixonar pela vida de mãe.
E pra terminar o magn'ífico filme, um curta auto-explicativo. De uma americana solitária apaixonada pela cidade de Paris.

-quase me esqueci do curta do Gus Van Sant, que como tudo que ele põe a mão fica desproposital e vazio (sim, eu gosto dele). Mas que é uma delícia por ser facilmente reconhecido como obra desse Gênio de talento duvidável.


FILMAÇO!

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